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Mãe de primeira viagem

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Conversas Maternas - Eduardo Duarte
Foto do escritorPor Carlayne Carvalho

Diagnóstico e o desejo da maternidade


Olá! Neste mês falamos e conscientizamos sobre o setembro amarelo, que abrange também o cuidado à saúde mental, a olhar com empatia o outro, observar e estender as mãos. Eu trouxe o tema da vivência das mães atípicas que recebe o diagnóstico de TEA do seu filho, em paralelo ao desejo e o sonho idealizado sobre a maternidade. A maternidade é um tema complexo e vem sendo estudado por várias áreas ao longo dos anos. Quando refletimos a respeito do lugar da maternidade no desejo da mulher hoje, nos ajuda a compreender como o autismo interfere nesse desejo. Por muitas décadas, ser mãe era o destino das mulheres, mas atualmente se tornou uma das possibilidades de escolha. Nós sabemos que a maternidade é um campo aberto, cheio de descobertas, aprendizados e muita experiência.

"O diagnóstico de autismo pode ser angustiante para a mãe, o encontro com o desconhecido é um dos fatores que provocam maior apreensão."

O amor materno não é programado, o elo entre uma mãe e seu filho constrói condições de força para o amar mais que a si mesmo. É como sempre dizem, nasce um filho junto nasce uma mãe! O desejo pela maternidade, de ter um filho como idealização, não necessariamente precisa acontecer, pois as mudanças culturais da época incidem inclusive sobre seu desejo. A mulher das últimas décadas adquiriu maior liberdade de escolha diante das mudanças socioculturais e da transformação de seu lugar tanto na sociedade como no mercado de trabalho. atuais "experimentam conflitos de toda ordem entre a maternidade e o trabalho". O diagnóstico de autismo pode ser angustiante para a mãe, o encontro com o desconhecido é um dos fatores que provocam maior apreensão. E o pensamento sempre vem que o lar jamais será o mesmo. Se instala muitas vezes um sentimento que o diagnóstico pode soar como uma verdadeira "sentença de morte para a maioria".


Um bebê com transtorno do espectro autismo, geralmente nasce bem e não apresenta diferenças físicas ou visíveis facilmente. Contudo a criança parece não se interessar pelo mundo, isolando-se em seu mundo singular. O isolamento do filho e a falta de interesse dele pelas pessoas, inclusive pela mãe, no mínimo, produz uma série de questionamentos que causam angústia. Mil perguntas e nenhuma resposta e um futuro desconhecido. A mãe come, respira e dorme autismo, luta a cada momento, quando acorda e quando adormece sabe que poderia, que deveria ter feito mais. Como existem muitas provas de que a melhora depende da quantidade de intervenção que a criança recebe antes dos cinco anos, a vida com uma criança autista é uma constante corrida contra o relógio para fazer mais e mais. Grande parte são as mães que mais se envolvem no tratamento e no acompanhamento do filho. Na maior parte dos casos, são elas que percebem ou que detectam os primeiros sinais, em sua convivência diária com a criança.


O seu surgimento leva o contexto familiar a viver rupturas ou interromper sonhos e planos, conduzindo à readequação quanto às atividades do dia a dia. Muitas desabafam quanto à sua missão é difícil, sua luta diária, e o mais importante: contam com entusiasmo suas conquistas! A experiência se torna ferramenta e a oportunidade de expor suas vivências, suas realizações e suas alegrias, que podem servir como suporte e apoio a muitas outras mães que ainda estejam vivendo o recente diagnóstico. Possuir um diagnóstico em mãos de um filho pode ser impactante, pois as dificuldades nesses casos podem fragilizar o desejo da mãe na vivência da maternidade. Esta que é afetada quando o filho apresenta alguma limitação significativa, pois a mãe percebe a diferença existente entre a criança desejada e a criança real. Contudo essa mãe pode criar para si saídas inusitadas e soluções infinitas, a fim de dar lugar ao amor, entendendo que o filho é o mesmo filho desejado antes. Não é o filho idealizado na gestação, mas que encontra, na superação da frustração, um lugar de infinitas possibilidades de amor.


*Carlayne Carvalho é Psicopedagoga e Neuropsicopedagoga, Especialista em Desenvolvimento Infantil e Intervenção Precoce, Terapeuta Certificada ESDM pelo Mind Institute UC/Davis



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Eu sou Geovanna Tominaga, jornalista, educadora parental, especialista em neurociência, educação e desenvolvimento infantil. Sou estudante de psicopedagogia e mãe do Gabriel. 

Apaixonada por comunicação, criei o "Conversas Maternas" pra compartilhar  dicas e informações sobre maternidade e desenvolvimento infantil na Primeira Infância para uma parentalidade mais consciente.


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