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Mãe de primeira viagem

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Conversas Maternas - Eduardo Duarte
Foto do escritorFabíola

Mãe de Superdotado, uma maternidade invisível

RELATO

A maternidade invisível da mãe de um Superdotado. Um relato:

Mãe de Superdotado, uma maternidade invisível - Fabíola Sandy

Somos uma família que saiu da capital em busca de qualidade de vida e viemos morar em Três Pontas, Sul de Minas. Com a pandemia fomos morar na fazenda, onde nossas duas filhas passaram os três últimos anos livres e aprendendo com a natureza.


E há quase um ano tivemos a identificação de Superdotação de uma de nossas filhas.Como qualquer mãe, sempre temos dificuldades na criação de nossos filhos.


Educar é, de longe, a missão mais difícil que recebi. Porém, quando falamos que temos um filho com Altas Habilidades (o mesmo que superdotação), já imaginam um pequeno gênio, que nasceu sabendo sobre tudo. Sabe aqueles que aparecem em programas de televisão???


Um grande prêmio! Que você quer apenas exibir e esfregar na cara da sociedade sobre as capacidades do seu filho. Afinal: quem nunca quis, na época de escola, ser um superdotado? Dessa forma não precisaríamos estudar.


A realidade da Superdotação

Ter Altas Habilidades até pode ser um presente dos Deuses, mas quando tudo é muito bem conduzido. Nossa vida é uma dificuldade atrás da outra. Isso ninguém enxerga!


A começar pelas escolas e profissionais que não sabem o que, de fato, é a superdotação. Profissionais da saúde desqualificados ou que não estão atualizados sobre o assunto. E, pasmem, eles enxergarão transtornos como TDAH e TEA e dirão que a criança é apenas esperta. Não enxergam a capacidade, apenas as dificuldades.


Além disso, uma mãe de uma criança especial passa por momentos tenebrosos. Uma criança com AH é muito sensível e perfeccionista, qualquer pequena mudança de planos ou algo que dê errado, vemos a eclosão da 3ª guerra mundial.


As explosões são constantes, assim como as milhares de perguntas que precisamos responder (com qualidade técnica, porque esse serzinho não fica contente com uma resposta qualquer). São questionamentos profundos, sobre a vida e, também, sobre a morte. Falamos sobre astronomia, descobrimento do Brasil e até o porquê de Jesus ter sido crucificado.


E não achem que ela falará sobre isso com qualquer pessoa. Não vai! Tem suas reservas, tenta se adequar ao ambiente, o que lhe causa sofrimentos e danos emocionais. Já percebeu que é diferente e não gosta disso.


É triste para uma mãe ver o filho não se encaixando com os coleguinhas, escondendo debaixo de uma mesa no aniversário por não conseguir interagir. É apavorante saber que poderá sofrer bullying só por ser quem é, e isso acontece com uma frequência que as pessoas não imaginam.


É de cortar o coração você deixar de sair de casa ou visitar parentes por não estar dentro dos padrões impostos pela sociedade. Muitas vezes, o Superdotado que tem aprendizagem cinestésica, quer tocar, descobrir e explorar, mas a criança deve se portar como um adulto, uma múmia. Mas é uma criança de 5 anos.


"Tão inteligente, né, mas não consegue se comportar e os pais não conseguem educar". Como se o problema fosse da educação positiva (respeitar o nosso filho é o mínimo)!

Passamos por julgamentos constantes. Precisamos acompanhar o desenvolvimento escolar. Ler livros, fazer enriquecimento curricular. Ajudá-los a gastar a energia – inesgotável, por sinal.


Estimulação constante

Temos que estar à frente da criança, pois hoje ela gosta de robótica, amanhã ela não quer mais saber sobre esse assunto e só interessa sobre os cavaleiros templários. Inúmeras intervenções com profissionais especializados e a falta de apoio estatal que, ao invés de ajudar, muitas vezes atrapalha, como é o caso da aceleração escolar em dois anos que aconteceu por aqui e tem trazido benefícios extraordinários.


Você está se esforçando e seu filho está de cabeça para baixo, dando cambalhotas. Nunca temos certeza se estão nos escutando ou não. É difícil lidar – e apenas a mãe de uma criança neuroatípica sabe o quão desesperador pode ser.


Todavia, com acompanhamento de equipe de saúde/pedagógica especializada em AH/SD e disponibilização de informações de qualidade, ajudamos a desenhar o futuro dessas mentes brilhantes. É o que tem dado certo e nos faz ter a esperança de dias melhores.


Aqui vivemos um dia de cada vez, alegrando com as pequenas vitórias.

Mas, como toda mãe, abdicamos de parte de nossas vidas para cuidar dessas pessoinhas. Podemos errar, mas com a convicção que acertar era o objetivo e damos o nosso melhor. Essa é a maior verdade da maternidade.



* Por Fabíola Sandy - Mãe de Superdotada. Advogada. Cafeicultora. Empresária. Esposa. Coffee Hunter. Torro, provo e vendo cafés. Palpiteira profissional. Dou pitaco em quase tudo pelo Instagram @fabiolasandy

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Eu sou Geovanna Tominaga, jornalista, educadora parental, especialista em neurociência, educação e desenvolvimento infantil. Sou estudante de psicopedagogia e mãe do Gabriel. 

Apaixonada por comunicação, criei o "Conversas Maternas" pra compartilhar  dicas e informações sobre maternidade e desenvolvimento infantil na Primeira Infância para uma parentalidade mais consciente.


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